13 de nov. de 2012

Resenha: O Castelo no Ar - Diana Wynne Jones

Descobri Diana Wynne Jones através da animação de O Castelo Animado, dirigida por Hayao Miyazaki em 2004. Sempre vejo nos créditos dos filmes que gosto se eles foram adaptados de algum livro, e esse foi o caso.

Saí em busca do livro, mas só consegui comprá-lo em 2012. Aproveitei e fiz a festa, peguei também as continuações, O Castelo no Ar e A Casa dos Muitos Caminhos. Logo que terminei O Castelo Animado passei para o segundo e não me arrependi, é incrível.

O Castelo no Ar (Garela Record, 304 páginas, R$ 42,90) conta a história de Abdullah, um vendedor de tapetes de Zanzib, que perdeu o pai e herdou pouco dinheiro, o resto havia ido para a primeira esposa do pai. É um jovem sonhador. Acordado sonha ser um rico príncipe com um enorme jardim, e que foi criado por um humilde mercador de tapetes depois de ter sido sequestrado ainda bebê. Mas sonhar não está nos planos da família da primeira esposa de seu pai e essa perseguição às vezes irrita, dá vontade de mandá-la passear.

Certo dia, num clima bem Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, um estranho aparece na tenda de Abdullah e lhe oferece um tapete voador. Após demonstrar realmente ser mágico, o mercador o compra e paga com todas as suas moedas de ouro.

Para ter certeza de que o tapete não voltaria para seu dono, Abdullah dorme sobre ele. O que acontece é que ele sonha com um jardim lindo de um palácio, e com uma bela jovem que o confunde com mulher, pois nunca havia visto outro homem que não seu pai, o sultão que a mantém presa por conta de uma profecia. Passado o susto, Abdullah descobre não ser um sonho, o tapete o havia levado para o jardim dos seus sonhos acordado.

A vontade de ler Aladim e a Lâmpada Maravilhosa só cresceu.

Depois, Flor da Noite, a bela jovem que Abdullah encontrou no jardim, é raptada por uma terrível criatura chamada djin (que em árabe significa gênio, mas não o gênio comum, esses possuem “imensas asas negras e coriáceas... com mãos que tinham unhas longas como garras”), achando que o vendedor é o culpado, o sultão ordena que seus soldados o prendam.

Há o tapete voador e no deserto aparece um gênio, daqueles que são uma fumaça azul, presa dentro de uma garrafa, mas bastante mal humorado, que permite apenas um desejo por dia.

“Eu nunca disse que meus desejos devessem fazer o bem a qualquer pessoa – afirmou o gênio. – Na verdade, jurei que eles sempre causariam o máximo de dano possível”.

O bacana das histórias de Diana Wynne Jones (16 de agosto de 1934 - 26 de março de 2011) é que cada detalhe não acontece apenas por acontecer, tudo é importante, uma peça chave. Alguns personagens de O Castelo Animado reaparecem, mas nessa história é o amor que fala mais alto, é o personagem principal. O amor de um jovem mercador por uma jovem princesa, que ele faz de tudo para provar. Enfrenta criaturas, deserto, um gênio que não colabora, e muitas aventuras para salvar seu amor das garras de um djin colecionador de princesas.

Se tornou, sem dúvida, um dos meus livros favoritos. Altamente recomendado.

Diana Wynne Jones cursou inglês na a Universidade de Oxford e foi aluna de C. S. Lewis e J. R. R. Tolkien. Escreveu mais de 40 obras, infelizmente poucas foram lançadas no Brasil. Da série Os Mundos de Crestomanci nem todos os livros foram traduzidos, apenas 5 dos 7 títulos.

Primeiro Parágrafo

“No extremo sul da terra de Ingary, nos sultanos de Rashput, um jovem mercador de tapetes chamado Abdullah vivia na cidade de Zanzib. Como acontece com os mercadores, ele não era rico. Seu pai havia se decepcionado com ele e, ao morrer, deixou a Abdullah dinheiro suficiente apenas para comprar e abastecer uma modesta tenda no canto noroeste do Bazar. O restante do dinheiro do pai, inclusive o grande empório de tapetes no centro do Bazar, tinha ido todo para os parentes da primeira esposa do pai”.

*****
Altamente recomendado
Editora: Galera Record
Título Original: Castle in the Air
Tradutor: Raquel Zampil
ISBN: 9788501075420
Ano: 2007
Páginas: 304
*****

Leia a resenha de O Castelo Animado.

2 comentários:

  1. Cadê meu exemplar? CADÊ?
    Gênio mal humorado? Tapete voador e uma princesa que se chama Flor da Noite? Quero ler agora <3

    ResponderExcluir

Obrigada por dividir sua opinião. Ela é muito importante para o crescimento do blog e de seus leitores.