19 de abr. de 2013

Resenha: A Garota que Podia Voar - Victoria Forester

Nessa aventura de Victoria Forester, sua primeira, acompanhamos a história de Piper, uma menina que nasceu e foi criada em uma fazenda, desta forma, seus pais evitam que tenha muitos contatos com pessoas de fora.

A mãe, uma temente a Deus, tem medo sobre o que todos pensarão caso descubram o segredo de sua filha, o estranho dom de voar. Por esse motivo os pais a proíbem até mesmo de ir à escola.

Porém, voar é mais forte para a menina, e certo dia resolve passear por aí.

Como percebem que ela deseja muito ter contato com outras crianças, os pais resolvem levá-la ao piquenique da igreja. Mas Piper não se contém é sai voando durante um jogo de beisebol, a fim de pegar a bola. Todos ficam chocados.

Depois do episódio, chegam à fazenda muitos homens e uma mulher bastante bonita e elegante que deseja levar Piper para um lugar especial em que poderá estudar sem se preocupar. A família aceita e, sem saber, a menina entra numa grande enrascada. A partir daí acompanhamos muitas aventuras.

O lugar se mostra muito estranho. Há uma parte bastante tensa, quando Piper começa a encontrar no laboratório de testes experimentais animais em situação de risco, como uma tartaruga que carrega nas costas um bloco pesado. É uma cena chocante, que sabemos que é real. Todos os dias animais são submetidos a testes absurdos, são mortos para que dondocas usem suas peles...

Apesar da capa ser muito bonita e chamar a atenção, entrega parte da história, quando a mulher surge já sabemos quem ela é, e que, pela sua imagem, não será boa pessoa. E, assim como muitos autores, J. K. Rowling por exemplo, alguns nomes já denunciam a personalidade dos personagens.

O começo me remeteu ao livro O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, numa parte em que fala sobre a diferença entre adultos e crianças, o que é real ou não. No livro que aborda a história da Filosofia, diz que um menino vê o pai fazendo a barba todos os dias, usando aparelhos estranhos, então acaba por achar que é tudo normal, até mesmo quando o pai flutua na cozinha e a mãe se assusta, pois, para ela, isso não é certo.

Quer dizer, o certo e o errado muitas vezes vêm de convenções sociais, ou seja, mesmo que algo seja bom, ou não ofereça risco, como no caso de voar, a mãe de Piper não deseja que a filha o faça por receio do que os vizinhos pensarão. E a felicidade se esvai por essas limitações. 

A Garota que podia voar (Ciranda de Letras, 266 páginas, R$36) tem o miolo todo em papel couché, que o torna a obra um pouco mais pesada do que o comum, e a questão de ser um papel muito branco, pensei que tornaria a leitura difícil, mas não. É um livro interessante, com algumas partes de tirar o fôlego, infelizmente o final é um pouco corrido. Mas vale a leitura, sim.

Leia também outros livros que falam do mesmo tema: O Menino Alquimista e Menino de Asas.

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Editora: Ciranda de Letras
ISBN: 9788562018077
Ano: 2012
Páginas: 266
Tradutor: Otacílio Nunes
Skoob | Ciranda de Letras
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Sobre a autora
Victoria Forester cresceu em uma fazenda em Ontário, no Canadá, depois de se formar na Universidade de Toronto, sua paixão por contar histórias a levou a escrever um curta metragem para o CBC. Sua carreira como roteirista rendeu muitos elogios e prêmios, como o Bank Street Best Children’s Book of the Year. O livro A Garota que Podia Voar, que primeiramente era roteiro de filme para a Paramount Pictures, está entre os top 10 romances para a juventude.

Leia Também:

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+ Resenha: Menino de Asas
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2 comentários:

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