24 de jan. de 2011

Resenha: Contos de terror do tio Montague – Chris Priestley

Crianças e jovens não devem ser tidos como ingênuos, bobinhos. Geralmente os adultos os veem assim porque, provavelmente, também foram tratados da mesma forma quando menores. Porém, os bons autores de literatura juvenil não os subestimam. Desafiam esses seres curiosos a irem além. Chris Priestley (1958), é fã de terror, e escreveu uma obra diferente. Interessante. Em que não teme, não hesita frente às limitações que autores para este público quase sempre se impõem – esses são os escritores que crianças e jovens com visão limitada gostam.

“Minhas visitas ao tio Montague eram menos um encontro de família e mais como uma reunião de negócios. Meu tio e eu tínhamos muita estima um pelo outro do nosso modo, porém ambos sabíamos o que me levava até ali: a fome – fome de histórias”.

Os contos que tio Montague narra ao sobrinho – bastante distante – Edgar, são realmente de terror. Não há suavização por se tratar de um livro em que o público alvo é o juvenil. A cada conto o leitor fica com a sensação de que não deve olhar para trás ou sair pelas sombras da casa à noite, ou se realmente for necessário, irá com toda a prudência possível.

Já no primeiro conto, tio Montague conta sobre o teimoso Joseph que, mesmo com o aviso de ‘Não suba’ rabiscado na árvore, sua curiosidade e teimosia foram maiores e o desastre era certo.

Em “A moldura dourada” – sem dúvida o melhor conto, daqueles que causam arrepio no desfecho –, uma menina mimada, um retrato que lhe permite três desejos e pessoas inocentes. Quando a menina percebeu suas maldades, era tarde demais e o terceiro desejo se realizou muito além do que ela queria.

Depois de tanto Edgar lhe perguntar se estava bem, Tio Montague resolveu também sua triste história, e porque tem todos os objetos que fazem parte de suas narrativas, que até então o menino acreditava serem apenas estórias inventadas pelo velho tio e sua mente alterada.
“Estas coisas à nossa volta são... como posso dizer?... possuídas por uma energia curiosa. Elas ressoam com a dor e o terror a que estão atreladas. Meu estúdio virou um repositório desses objetos. Eu coleciono o que ninguém quer, Edgar, as coisas assombradas, amaldiçoadas... as coisas malditas”.
Uma leitura assustadora e bastante agradável.

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Editora: Pavio/Rocco
Tradução de Rafael Mantovani
Ilustrações de David Roberts
ISBN: 9788561396145
Ano: 2008
Páginas: 253
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11 comentários:

  1. adorei a resenha! mais um livro que vou ler com certeza
    fora que a capa é muito charmosa =]

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  2. O livro parece ser bem interessante mesmo!
    A capa é linda.
    E o nome do personagem me lembrou Poe.

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  3. Recomendo! Leiam sim!

    Obrigada, Bibis. ^.^

    Deze, tb me lembrou Poe... e outros personagens me lembraram outros autores... =x
    rsrs

    bjos

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  4. Esse esta na minha lista faz tempo mas ainda não comprei, adorei a resenha, fico feliz em saber que o autor não subestima o leitor.

    Bjuss

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  5. Cláudia, acho que você vai gostar!
    Leia assim que puder. hihi

    ^.^

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  6. Muitíssimo interessante. Parabéns pela resenha. Fiquei com muita vontade de ler.
    abraços

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  7. Adorei a capa e acho que a história é bem interessante tb!
    =1

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  8. O livro sozinho já parece bom, mas essa resenha me deixou com muita vontade de ler, mesmo!

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  9. Ale e Larih, super obrigada!

    Ligadona, a capa é um 'resumo' do que aparece na história ;-)

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  10. Exelente resenha...
    E o que você disse faz todo sentido.
    Os autores dificilmente escrevem livros "maduros" para crianças, são poucos livros infantis que têm uma característica mais complexa...
    "As crônicas de Narnia" é um bom exemplo de livro "maduro" feito para crianças, que no final acaba sendo ótimo para adultos e tiozolas carecas também ^^

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  11. Eu já li esse livro (x É muito bom, e com um final surpreendente. *--*

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